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Projeto Adote o Sorriso de uma Criança

Realizado em Friburgo – Rio Bonito de Baixo – RJ

Galeria Grupo Frente - Rubem Ludolf

Rubem Ludolf



Sem título - 1972
Caixa de acrílico (40x40x10cm)


Espiral I
Serigrafia (50 x 50 cm)



Sem título - 1958
Guache sobre papel (71x71cm)

Décio Vieira

Décio Luiz Monteiro Vieira (Petrópolis / Rio de Janeiro, 1922 – Rio de Janeiro, 1988), pintor e desenhista.

Estudou desenho e pintura na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro com Axl Leskoschek e com a artista/gravadora Fayga Ostrower; teve aula de pintura com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Foi diretor (1951 e 1952) da Associação Petropolitana de Belas Artes.

Fundou – junto com Lygia Pape, Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Aluísio Carvão, Franz Weissmann, Abraham Palatnik, entre outros – o Grupo Frente, participando do Movimento Concreto. Como membro do Grupo Frente, fez parte de todas as etapas e caminhos da história do concretismo no Brasil.

Biografia completa


"Composição geométrica"


Sem Título
têmpera sobre tela, ass. no verso
46 x 38,5 cm.

Nuclear em novo momento


Fernando Gabeira
É escritor, jornalista e membro fundador do Partido Verde. Foi Deputado Federal do Rio de Janeiro por quatro vezes. Nascido em 1941, é mineiro de
Juiz de Fora e carioca por opção desde 1963.


O terremoto no Japão estremeceu a indústria de energia nuclear. Ele aconteceu quando a confiança nessa matriz estava em alta. Governos influentes, como o de Barack Obama, anunciaram planos de expansão do nuclear.

O momento era bom no plano das idéias. Autor do Gaia, um famoso livro sobre meio ambiente, James Lovelock defendeu as usinas nucleares, considerando os perigos do aquecimento global e as circunstâncias europeias.

O impacto da posição de Lovelock foi muito grande, entusiasmando políticos e lobistas a iniciarem uma nova ofensiva. Além de todas as suas vantagens, a energia nuclear era considerada uma saída inteligente para atenuar os males do aquecimento. A tendência geral se alterou no momento.

Pesquisas nos EUA revelaram que o apoio ao nuclear caiu de 56 para 47 por cento. E na Alemanha, onde é forte a oposição popular às usinas nucleares, os verdes derrotaram a democracia cristã em Baden Wurttemberg.

A Alemanha é o berço do movimento antinuclear que deu origem ao mais forte partido de ecologistas da Europa. Atenta a essa singularidade, a primeira-ministra Angela Merkel anulou uma decisão anterior que prolongava a vida das usinas existentes.

Todos os desastres em usinas nucleares embaralham um pouco as relações no setor. Fukushima aconteceu num país democrático, obrigado a informar com constância o estado dos reatores, turbinas e piscinas de material usado. Nesse sentido, é um desastre próximo, o primeiro a acontecer num contexto de comunicações mais rápidas.

Ainda assim, 57 por cento dos japoneses condenam a maneira como o governo e a empresa de eletricidade conduziram o processo. Notícias desencontradas assurgiram desde o início e, até recentemente, havia dúvidas sobre o nível de contaminação da água no reator 2. Choque maior para os estudiosos foi constatar que o Japão, um país tecnológico, estava trabalhando com conceitos antigos e não tirou proveito das modernas ciências da sismologia e avaliação de riscos. Até certo ponto, isto era justificável no passado. O engenheiro Tsuneo Futami, que foi diretor da Tóquio Eletricidade e participou da construção de Fukushima, afirma que a palavra tsunami não passava pela cabeça de ninguém.


De fato, apesar de registros de tsunamis em outros séculos no Japão, a palavra só foi incorporada à linguagem cotidiana nos últimos sete anos. A empresa procurou, de certa forma, uma defesa contra tsunamis. E construiu uma barreira de defesa concebida para enfrentar o mais forte terremoto e as mais altas ondas conhecidas. Só que o mais forte estava por vir e as barreiras se mostraram frágeis para conter as águas.

Todos os países, menos o Brasil, decidiram rever suas normas de segurança. O argumento das autoridades era de que as instalações eram seguras e aqui não aconteceria um desastre como o de Fukushima. Nada a revisar, portanto.
Felizmente, esta posição defensiva durou pouco. O próprio Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o país iria reavaliar as condições de segurança de suas usinas. Ato contínuo, a direção da Eletronuclear afirmou que iria examinar as condições das encostas em Angra e contrataria uma auditoria externa. Em 1985, houve um deslizamento na área da usina, soterrando o laboratório de radioecologia.

O mais interessante viria 24 horas depois do anúncio. A empresa estava planejando a construção de dois píeres para permitir a fuga pelo mar. Mesmo antes de uma auditoria, tanto a Eletronuclear como todos que trabalham com o tema sabem que a rodovia BR 101 é muito frágil para ancorar um plano de fuga. Na verdade, se for submetida a uma análise científica moderna terá de receber um novo traçado.

No dia em que acompanhei a simulação de um plano de fuga, o policial rodoviário que veio nos dar cobertura, morreu no caminho, vítima de um desastre na estrada. E a sirene não funcionava. Parte dos moradores estava preparada para fugir mas não havia trabalho voltado para os turistas: um acidente teria de acontecer no inverno e no meio da semana.

Ao focar a auditoria de segurança nas encostas, a Eletronuclear projeta os problemas para fora da usina, na presunção de que no interior está tudo bem. Os Estados Unidos foram um pouco adiante e se perguntaram qual o nível de segurança dos seus geradores de reserva. Este é o nosso caminho, mesmo sabendo que não haverá terremotos ou tsunamis no Atlântico.

Mas o debate mais amplo é inevitável: devemos ou não construir usinas nucleares? As condições de agora não precisam ser tão emocionais como foram no passado. Uma simples discussão sobre futuras usinas pode subestimar o debate sobre as usinas que existem e precisam de atenção.

Mesmo num país como a Alemanha, onde o tema é mais empolgante, não há razão para grandes dramas. Embora EUA e China já trilhem mais discretamente o caminho, a Alemanha está bem adiantada no desenvolvimento da energia solar.

Há alguns anos, era apenas uma ideia; hoje é uma realidade na forma de dezenas de usinas no mundo, milhares de empregos. A tragédia no Japão nos colheu num momento da história em que é possível exigir das usinas existentes uma ampla revisão de suas normas e, simultaneamente, apontar as energias alternativas, sobretudo a solar e suas variáveis, como a saída para o impasse.

Possivelmente, conviveremos com o nuclear e o solar por muito tempo. A existência de uma nova matriz exigirá que antiga se reformule para melhor até que o curso dos anos e as lutas simbólicas definam se apenas uma delas vai sobreviver.

Lobão e governo brasileiro são ainda refratários ao solar. No entanto, a primeira usina nacional funcionará em breve no Ceará. O desempenho dela e dezenas de outras maiores, espalhadas pelo mundo, vai dar um novo tom à discussão. Saem os slogans, entram os fatos. Fukushima, Hiroshima, na paz e na guerra, alguns desses fatos vieram do Japão.

in: Revista Pensar Verde / Fundação Herbert Daniel - N.1 / Ano 1 / junjul-ago-2011


Wikileaks revela problemas das usinas japonesas

Galeria Grupo Frente - Aluísio Carvão


Aluísio Carvão
Pintura, escultura e cenografia


"Cornucópia"
óleo sobre tela 70,5 x 70,5 cm 1955
Exposição: Diálogo Concreto - Design e Construtivismo no Brasil
Caixa Cultural – SP


Painel de Azulejos
Estrada Lagoa/Barra esquina com Av Bartolomeu Mitre - Leblon
Rio de Janeiro-RJ
Foto: Renato Wandeck

Publicações Eco-Política - O Código Florestal e a Agenda Oculta


Nilo D’Avila
Coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil.

Pouco se fala sobre como foi construída a legislação florestal brasileira. Todas as mudanças na lei têm um motivador de agressão descontrolada às florestas brasileiras.

Podemos definir o ano de 1934 como o inicio da história do código florestal brasileiro.

Na ocasião, foi publicado o DECRETO Nº 23.793, que classificou as florestas em quatro diferentes tipos: protetoras; remanescentes; modelo e de rendimento. No decreto, os artigos 4º, 8º e 23º basicamente se concentram nos conceitos de áreas de proteção permanente (APP) e de reserva legal (RL), estabelecendo a função social das florestas privadas. O dispositivo em questão foi motivado por problemas no abastecimento de água de grandes cidades e pela ocupação de áreas de risco.

Em 1965, publica-se a LEI FEDERAL Nº 4.771, DE 1965. Nessa reformulação da legislação foi definida a localização das áreas de preservação permanente (arts.2º e 3º) e no artigo 16º, determinaram-se os 50% de Reserva Legal relativos à Região Norte e ao norte da Região Centro‐Oeste, além de 20% da mencionada demarcação, referentes ao restante do país.

Em 1989, após as enchentes no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, o Congresso Nacional altera a redação da Lei nº 4.771/1965 do Código Florestal, por meio da Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989. Com isso, basicamente aumentou-se o tamanho das APPs ao longo dos rios e determinou-se a averbação da RL na matrícula do imóvel.
Em 1996, depois da revelação que a taxa anual de desmatamento, em 1995, alcançou
29 mil km², o Governo Federal enviou ao Congresso a Medida Provisória nº 1.511, de 25 de julho de 1996, dando nova redação ao art. 44 da Lei nº 4.771/65 e definindo com área de Reserva Legal para 80%, nos imóveis da Região Norte e Centro‐Oeste “onde a cobertura arbórea se constitui de fitofisionomias florestais”. Essa MP foi republicada dezenas de vezes, sendo que, por último, o Governo publica a Medida Provisória nº 2.166‐65, de 28 de junho de 2001, que constitui o código florestal em vigor.

Na referida MP, é definida a Reserva Legal, constituindo 35% na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia legal. Trata-se, também, da compensação de RL (mesma microbacia), além de dispor sobre possibilidade da redução da RL na Amazônia legal, para fins de recomposição, em até 50%.

Finalmente, em 2009, foi criada uma comissão especial para analisar os diferentes projetos de lei em tramite para mudar o Código Florestal. Capitaneado pelo deputado Aldo Rabelo, relator do projeto, a bancada ruralista consegue aprovar um substitutivo que coloca em xeque as florestas e as funções sócias e ecológicas da propriedade rural.

Será velho o código florestal? Durante a Constituinte em 1988, os ruralistas impediram
que o texto constitucional impulsionasse a democratização da propriedade, impondo
um conceito de produtividade escorado em índices da década de 60 e jamais atualizados.

Esse fato limitou a reforma agrária em terras públicas, consolidando o que se fazia desde a ditadura militar, e ajudando a ampliar o desmatamento na região.

O presidente Lula, que prometeu atualizar os índices de produtividade dos imóveis
rurais, fundamental para melhorar sua eficiência e diminuir a pressão para a contínua expansão da fronteira agrícola em direção ao Cerrado e à Amazônia, não consegui cumpriu a sua promessa. Terminou seu mandato assistindo ao Censo Agropecuário
anunciar que usamos 1 hectare para criar 0,5 cabeça de gado, enquanto em outros países tal marca alcança índices até cinco vezes maiores.

A emergência da questão ambiental fez com que, no Brasil, as leis de proteção da natureza ganhassem, a partir dos anos 90, mecanismos eficazes de aplicação, como
a vinculação do financiamento da produção à adoção das boas práticas agrícolas prescritas pelo Código Florestal. É possível produzir mais e melhor em todo o país, zerando o desmatamento. Além de potência agrícola, o Brasil pode ser uma potência ambiental.

O que está em disputa é a forma de ocupação da última grande fronteira de terras do mundo. É o capítulo que ainda precisa ser escrito para encerrar o livro da história da formação do nosso território. É esse o texto que nos dirá como será nosso futuro.

Se o que acontece com o Código Florestal serve de indicação, ele não deverá ser muito brilhante. Continuaremos a expandir nossa agropecuária não pelo investimento em tecnologia, mas pagando o alto preço do desmatamento – devastação ambiental, violência e concentração fundiária.

in: Revista Pensar Verde / Fundação Herbert Daniel - N.1 / Ano 1 / junjul-ago-2011

Grupo Frente - Abraham Palatnik

Abraham Palatnik


Comunicação Cinética - 1967


Objeto Cinético / 1964

Veja reportagem de O Globo:

Exposição sintetiza trajetória de Abraham Palatnik na galeria Anita Schwartz